quarta-feira, 15 de abril de 2009

OBAMALÂNDIA

Vocês devem ter lido que minhas empresas demitiram 1.900 funcionários no último mês. São os reflexos imediatos da crise. Acabou a fantasia. Há um mundo bem pior, todo feito pra você. E, diante desse novo cenário, cheguei a considerar a hipótese de ver nossa companhia privatizada à semelhança do que está acontecendo com alguns bancos nos EUA e na Europa. Claro que tal mudança exigiria transformações. Alguns personagens teriam que mudar de personalidade e algumas histórias precisariam ser revistas. Seria uma forma de entrar em sintonia com a Nova América. Nada disso me assusta. Já fiz esforço bem maior para ajudar o governo. Vejamos. Tio Patinhas deixaria de ser tão pão-duro e suas instituições financeiras se dedicariam a comprar créditos imobiliários podres. O Pateta teria que assinar ficha no Partido Republicano. O Professor Pardal seria liberado para fazer pesquisas com células-tronco. João Bafo-de-Onça seria retirado da cadeira elétrica e passaria a cumprir resignadamente sua condenação à prisão perpétua, dentro de todos os padrões estabelecidos de respeito aos direitos humanos. Pluto passaria a viver na Casa Branca como cão oficial e criaria um embargo comercial à Malvina Cruela, como represália ao tratamento dispensado aos Dálmatas. Bambi finalmente sairia da floresta e apoiaria abertamente as causa dos direitos dos homossexuais. O Rei Leão abdicaria de sua majestade, já que estamos numa democracia. Pocahontas se tornaria congressista. Os Irmãos Metralha virariam uma banda gangsta rap e assim bradariam sua maldade para o mundo, sem fazer mal a ninguém. O Mickey poderia virar qualquer coisa – personalidade definida nunca foi seu forte. A Bela Adormecida e a Cinderela seriam unificadas em uma só personagem, já que ambas têm problemas semelhantes – o que reduziria custos com elenco, protegendo assim o dinheiro do contribuinte. Pato Donald entraria para um programa de adoção de crianças e descobriria que seus sobrinhos estavam na fila para serem adotados, o que o faria finalmente assumir a criançada. Zé Carioca iria a um encontro de líderes mundiais e seria chamado de “o cara”. Branca de Neve ganharia novas colegas: a Afro-americana de Neve, a Índia Nativa de Neve, a Latina de Neve. A Bruxa teria uma nacionalidade randômica, para que a maldade não ficasse relacionada a nenhum povo em especial, e o Príncipe Encantado... Bem, não vejo ninguém para ocupar esse papel além do presidente Obama.